sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O golpe de mestre da marca Chanel

Eu já tinha percebido algo pelas últimas campanhas que circulam há pelo menos um mês nas revistas de moda. Enquanto todas as marcas mostram modelos em poltronas de luxo, decoração de princesa, contos de fada... Chanel fez a campanha em preto e branco, simples, somente uma mulher em pleno campo.

Ah, Karl! Sempre em avanço como a marca, percussora desde os tempos de mademoiselle...
E, pensando bem, creio que não poderia ser diferente. Porque às vezes as vitrines nos matam de chatice. Todo mundo faz quase a mesma coisa em proporções diferentes... E como Chanel sempre frente à do seu tempo, jogava com códigos do futuro já em 1913, como poderia ser diferente?


Pois ontem, aqui em Paris, no desfile de alta costura, cheguei a levar um susto, mas logo adorei a proposta. O chique e tradicional Grand Palais foi transformado em casa de campo, para ser bem específica, uma granja. Nada foi esquecido na rústica decoração: pilhas de feno, grama, restos de verde, palha e bancos de tronco de árvores cobertos de juta acolhiam a chique platéia. O sinal do início do desfile? Uma galinha cantando “cocoricó”.

E em plena crise, (crise de tudo: moral, financeira & ecológica...) as empresas são OBRIGADAS a posicionar-se. Sem chance de recuo. E que estratégia melhor que oferecer um “retorno” a simplicidade (mesmo que esta, seja bem cara)?


Prince e Claudia Schiffer


Como sempre, a marca deverá ser o parâmetro para muitos no mundo e certamente no próximo verão de 2010, muitas coleções pelo planeta troçarão o bling-blig (superfora de moda!) pela simplicidade do artesal, como peças em crochê, tricô, florais e fuxicos (bem típico do trabalho maravilhoso desenvolvido pelo fantástico pessoal da CopaRoca, na favela da Rocinha no Rio).

Claudia, Karl Lagerferl e Virginie Ledoyen


Foi uma coleção ecológica? “A Ecologia, o Bio, é uma coisa do qual sou aderente, mas é preciso dar um toque de moda, de sofisticação”, responde o mestre Karl Lagerfeld.

Observação pessoal: no início do desfile, se escutou um galo cantar “Cocoricocó”...Para curiosidade, a primeira música que Gabrielle Chanel cantou na vida, na tentativa de trabalhar, foi num café em Moulins, a marchinha “Qui qu’a vu Coco” e repete várias vezes o refrão: “Cocoricocó”... (daí surge seu apelido “COCO”). Um verdadeiro retorno à fonte, não?

Ana Carolina Violla Basilio

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